
Senhor do engenho - Lizaldo Vieira
Data 15/05/2016 15:36:23 | Tópico: Poemas
| Senhor do engenho - Lizaldo Vieira
Novamente as ruínas De triste sina Fedentina da chibata A casa grande voltou Aos cantos de onde nunca devia ter saído Com ares de ruminantes Revoltada E desalmada Como dantes Muito atrevida Cobrando com juros e correções As cauções sociais divididas Dos novos tempo De quem um dia sonhou Ver dividido O misero latifúndio Das léguas tiranas Restos da bagaceira Cheiro de cabaú Da cana dura moída O velho caxixi exalando Mau cheiro do lodo Voltaram Com o ardido E ardiloso bagaço do engenho Novas praticas de escravidão Nas correntes televisivas Só massacre no ar Bois e vacas aferrados Estão aí Pra aguentar A volta dos babacas Donos da canga O pescoço e nosso E vosso Aperto na broxa É poeira que assusta O palheiro revoltado Voando as soltas Amarrem a chincha Sela o cavalo A jega Do jeca Todos somos burro E boi de carga Vai que é quente Boi de piranha Lombo de aguenta Mais uma saraivada sistêmica Atrevida Violenta Imprudência de coronéis sem patente Fechem a porteira Tempos de capataz voltou Feito onda tsunamica Dominando zé ninguém Na corrente Vazante contra a maré Josés Manes e Marias Que as presas fáceis das senzalas Acessem o zap das catracas Pra dividir seus gritos E agonias Com quem piedade as tenha Do pesado madeiro Desses pobres Cirineus...
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