
Minutos famintos
Data 21/03/2016 21:07:47 | Tópico: Prosas Poéticas
| O que faço das palavras senão a minha arma perpetrando-te como as ciladas que invento ao alimentar a inspiração faminta em cada momento - Que faço dos meus versos senão as pontes tangenciais onde unimos as margens do silêncio reencontrando-nos a bordo de cada palavra navegando de contentamento - Que faço das minhas rimas deixadas no réveillon dos tempos sem sequer me consumir no sabor da tua harmonia trajada no colorido dos ventos deixando todas as vogais atónitas espraiar-se na sonoridade intercalada nos desejos e nas preces despressurizando-me tão caladas - Que faço da poesia morrendo grávida e faminta por uma rima que tarda e depressa se requinta regurgitando sonoridades quase perfeitas formosas e toantes desembocando na grafia de um verso rimando sem limites em emoções tão beligerantes - Deixarei que outras palavras embriagadas na noite contornem o semblante esquivo e expectante do teu ser Pincelem o tamanho das lágrimas que espiam o eco pitoresco de uma eleita ode se refinando na ermida dos silêncios tão quânticos e inebriantes FC
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