
Nem Tu Senhor
Data 11/03/2016 22:25:08 | Tópico: Poemas
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Nem Tu Senhor
Subitamente fez-se escuro Nas profundezas do imaturo Sumira-se o regaço do andarilho Revolteei então no pecadilho Remoendo o fel fétido do sarilho
Renegado o latrocínio Rosnava meu infortúnio Numa vagueação infindável Enjeitava o insuportável De tão amargo e abominável
Muitas vezes Dele duvidei Noutras ocasiões O esqueci Em tantas O Incompreendi Imensas não O reconheci E em quantas mil enraiveci
A luzerna voltou a soltar rama Alumiou-se a ténue chama Desvanecida no decurso da trama Deflagrando atraente clareação Com elevado amor e exaltação
Mas fundura triste traça Aquela outrora criança Pois soldada à sua braça Ceifando alma chagada Rilhava herança gelada
Nesse inacabável orfanato Ao entardecer Ele me fez ver Apenas se tratou de um hiato Que se apressou a preencher
A oferta deveras sublime Calibrada de namoratório Compreensão e recreatório Foi-o para o resto do vime
E manteve-me o carácter Da individualidade ter E como sempre quis ser Vivendo cada dia a ter
Foi nestes complexos hipogeus Ou evidente desígnio de Deus Ora odiável ora agradável Que me encontrei adaptável
Sinto-me grato pelas Suas talhas E consciente que noutras escolhas Pelas fraquezas das minhas penas Tudo seria diferente.Farpas apenas
Bendigo Sua custódia Gabo Sua misericórdia Louvo Sua sabedoria Elogio Sua benfeitoria
Mas não consigo entender Nem sequer esquecer Tão pouco abranger Muito menos responder
Jorros de pranto Vagas de encanto Ganhando tanto Perdendo tanto
Alguém me explica? Nem Tu Meu Senhor?
JP
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