
Mulher
Data 07/03/2016 22:15:09 | Tópico: Dia internacional da mulher
| MULHER
Repouso na ternura dos teus braços, Mulher E tudo em ti é púrpura Longínquo Amor, dor, poente ou nascente Luz sem fim Luz de ti.
Repouso na colina Dos teus seios Que me lembram minha Mãe, Ó mulher que inflamas e esqueces qualquer dor!
Repouso todas as lembranças em teu ventre de açucenas brancas És minha Virgem Santíssima, Mas perdoai-me Senhor, és a minha Mulher digníssima A mãe, a amiga, a amante, a companheira A chama acesa A canção mais triste O meu maior tormento Meu alento…
Ai Mulher Meu cansaço não é teu repouso!
Teu repouso pertence a um reino mais distante. Pertence à essência maior que de teu ventre brota E eu não sei Nem entendo.
Pertence aos montes e às planícies quando lhes sorris E aos pardais que saltitando vão labutando em teu redor Meu amor. Teu segredo.
Teu repouso Mulher Pertence às eras mais distantes…
Às Tágides E às sereias Que só Camões Sabia evocar! …Ao piano e aos acordes de guitarra entre a tua dolorida voz Quando eu te permitia com orgulho cantar Para toda a gente Meu amor.
Hoje, mais livre que eu És tu quem repousas no meu ombro quando regressas a casa Tão exausta, tão só Quase finda de ti Ainda assim sorridente Ainda assim cantando, com as lágrimas escorrendo Pelo teu rosto de marfim Adormecendo nossos filhos Mulher.
És o meu, O nosso alicerce, bem firme A coluna de mármore rosado entre Todos os temporais.
E, o meu repouso já não é o teu repouso, Mas ainda é a ternura dos teus braços Que me elevam ao êxtase maior da sensualidade De um cântico de sereia.
Ai mulher! Fosse eu escultor dos tempos, de todo alento ou desalento E tu serias minha única contemplação Além da Via Láctea Consagração plena, pura, divina Para toda a Eternidade Tão pura, tão púrpura de ti!
Mulher Amada!
© Célia Moura
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