
Poema sonata
Data 07/02/2016 19:08:11 | Tópico: Poemas
| Olhas-me assim, como quem lê um livro questionando cada palavra, cada frase, quem sabe se cada estrofe ou verso, bebendo o que te olho como tu fosses partitura em que leio cada nota, cada, ritmo, cada compasso questionando cada frase, modulação, ou suspensão Nessa dúbia certeza de encontramos a resposta permanecemos algum tempo, tentando entrar no outro querendo alcançar as almas e o bater do coração num silêncio gritante, que nenhum poema ou melodia expressa E chego-me a ti como pluma que cai devagar deitando nos teus lábios os meus que te saboreiam sentindo esse sabor a morango e água fresca que me sacia a sede de te gritar nesse beijo o que queres ler no meu olhar Ternamente deixas-me aportar assim em ti, lendo-me como fosse livro escrito em Braille rodando a tua boca como se eu fosse uma cereja nêspera ou romã que gostas de morder de manhã Sinto no teu peito a pulsação do teu ritmo, na tua respiração a melodia do teu coração sabendo que em mim sentes esse poema que lês palavra a palavra, verso a verso, frase a frase, estrofe a estrofe Nesse abraço incontido sabemos que és a minha música, que és a letra da canção que compomos que os nossos corações batem na mesma pulsação, nas almas encontramos esse tanto que buscamos Curiosamente, nesse silêncio sentimos no corpo as vibrações qual harpa a soar e sabemos que não necessitamos de perguntar sequer precisamos de responder o que os nossos olhos querem saber Assim, nos deleitamos nessa entrega mútua nos amamos sabendo que o poema é de amor e a melodia é uma sonata que tocamos Delfim Peixoto © ®
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