
Perdoem-me os filhos...
Data 05/02/2016 13:10:25 | Tópico: Poemas
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Como folha do carvalho arrancada da fronde nativa, vi a vida impulsionado por uma guerra brutal.
Perdoem-me os filhos, irmãos, as esposas, que oraram pelos cadáveres que ajudei a sepultar nas covas rasas de campanha cobertas por uma pá de cal, duas ou três pedras pesadas evitando que os lobos revirassem as sepulturas.
Mães, irmãs e esposas clamaram por deus em voz alta - se ele ouve cada oração não foi presto. com os filhos na distância, que nas trincheiras não estão respirando permeada a boca de moscas aguardando funerais.
Como folha ordinária de caderno de rascunho a vida foi exercício, foram rabiscos a serem passados a limpo num dia qualquer quando a consciência permitir
A menina chora, cora arrancando do seio um lenço azul. Mães choram procurando deus que não responde orações afinal uma guerra não ocorre sem vitimas fatais, sem cadáveres insepultos, apodrecendo ao sabor do tempo inclemente
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