Soneto do circo montado

Data 04/02/2016 20:29:41 | Tópico: Sonetos




Insensato e néscio que és, pedes calma, ignorando que há vocações!
Depois que as primeiras estrelas se cansaram de olhar a estrada,
perfurando a noite brotada c’o brilho de lanternas aos borbotões,
alguém são se atreverá a pedir ao sol que não espante a madrugada?

Pois é do real astro a vocação de nascer iluminando todo o planeta,
se marcando o tempo nos calendários, ditando mais uma primavera;
e desde o principio dos tempos cumpre solene a aptidão irrequieta.
- um sol desgarrado, o astro omitindo-se seria a mais negra quimera.

Não são dias e noites, os verões e invernos apenas um circo montado,
o sol não espera aplausos tantos, senão os que denotam a satisfação,
- o tempo vai voar sempre e o calendário vai seguir o curso esperado

Na diuturna faina de iluminar este vasto mundo sempre haverá algum,
o invejoso mendaz que frustrado na mediocridade vil ignora a lição:
- o sol nasce, morre todos os dias, brilha sem ter que ir a lugar nenhum.



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