
Vinho Tinto - Lizaldo Vieira
Data 17/01/2016 02:41:44 | Tópico: Poemas
| Vinho tinto - Lizaldo Vieira Sem gosto Pra bodas Amargo demais É o meu caminhar Toco e pedra Muitas dores Pros enforcados Pouca sorte Vida ou morte Chute no pau da barraca Nem saco pra encher Pior suportar O jornal de rádio e tv Dizer que bandido bom Tá preso E colarinho branco Tá solto Nada a escutar Tão pouco para ver Quem quiser Que acredite Nas pérolas Faz de conta Que a mídia conta Degustar do teu gosto Nunca é fácil Igual a dois bicudos Aos beijos Vingança do vinagre Azedo demais Faz a carne encolher Topada no escuro Avante nos passos Se tamanduá Abraça com dor Pior no amor Pra ser retirante Precisa não ter destino Não haverá Terra prometida Gente desvalida Crueldade dos meninos Com mãos calejadas Carregar a feira Não cola Queria uma bola O banco De uma escola Chutar o inimigo invisível Não é possível Cadê tino Só os sofridos não pensam Apenas lamentam Vestir a camisa nova Assistir a novela Do herói do sertão Em preto e branco Já não lhe pertence mais Morar na rua drenada Iluminada Que nada Coisa de gente graúda Comer três vezes ao dia Deus nos acuda Sonho de poucos Colônia de loucos Aguarda-nos Destino incerto Todos tolos Que busquem outras freguesias Pra amanhecer No pedacinho do céu Aqui ou acolá Cavalo apeado Come mal De vez em quando Alcança uma rama Acuado Não reclama Nem sabe Se o dono parece Lá se vão José e manés Feito sapo Bate um papo Mais nada de molhar os pés Se soubesse Da doida ilusão Não andava Na contra mão Muito pior Contra a maré O que faz doer São os carões de natal Nunca acerta o endereça Do bolso raso Que faz doer São almas e corações Impuros Querer o cheque em branco No dia do sufrágio Cruz credo Tá perdido E eu Com minha chita Nem chite pro azar A sorte só é boa Pra santo do pau oco
|
|