
Aromas capitalistas
Data 29/11/2015 00:55:19 | Tópico: Poemas
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Sou eu o teu papel, Que te incita e te outorga Sulcando a ondulação do espaço No fértil movimento deste imenso desígnio, Onde nos consumimos fodendo, Nas orlas tranquilas da sabedoria egocêntrica
Sou eu o papel mais raro, Rasgado a meio, feito de carne e palavra, Porém cativo no seu denso capricho, Fogo dos aromas capitalistas Rendido à salvação da alma, Manipulando a qualquer preço o túnel onde o sol nos espera
Sou eu ou tu, Tantos faz, o papel branco sujo, Que invoca de pé a nossa história E aplaude o verbo “saudosista” das disparidades, E o esquecimento de um gozo que sofre em esquecer-se, Algures, num território dentro de nós
Conceição Bernardino (inédito)
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