
Soneto da pergunta insistente
Data 26/11/2015 09:51:29 | Tópico: Poemas
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Poucas palavras de esperança ninguém vai dizer, a alma se quedou no alto de um penhasco ao mar vejo as ondas chicoteando com vigor as falésias confundindo-se os espirros d’agua com lágrimas.
Ali do alto não vejo passarem invernos, nem outonos, não sinto o calor das noites quentes flechadas ao luar. Só me lembro de uma primavera em passado remoto, chorava copioso abrigado por um salgueiro no quintal.
Aquecia-me o sol germinal acariciando faces infantis secando-me lágrimas vertidas por ter sido abandonado, até o arrebol incipiente quando a lua soava voz de prata.
Mirando o luar, e soluçando dizia vez em quando um ai, entre as flechas do salgueiro fluía minha débil voz: - Onde estará quem procuro? Onde estará meu pai?
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