
Usando brincos em maio sob a faia em constelações
Data 26/09/2015 11:56:01 | Tópico: Poemas
| Não há incêndios sem cornetas, nem lá chicotes sem cavalos, quando pessoas usam jaquetas, fina lã e casacos elegantes. Deixe que venham das guitarras e canções os doces embalos, pois as cordas nas amarras tecem acordes e versos troantes.
O sangue estoura nas veias, congelando, partindo dos anseios, há estrelas nas ameias, mas já se ouvem as cantigas do diabo; sob um céu vermelho que já foi preto, de dourados permeios, quebrou o joelho, partiu minha alma como a pedaço de quiabo
Giram as rodas do carro fúnebre do morgue e um par pardais, diz que não estarei presente por qual motivo, ora não recordo, além de seus gestos suaves, sua voz e olhar, isso e nada mais.
O proprietário já havia deixado por escrito todas as instruções: poderiam tocar guitarras, usar brincos na proa e a bombordo, sob as faias, em maio, pendurando guirlandas de constelações.
|
|