
soneto do malsinado vate
Data 27/08/2015 10:35:32 | Tópico: Sonetos
| “Quando os laços do corpo uma alma ímpia Destrói por si, do seu furor no enleio Ao círc’lo sete Minos logo a envia. “ Na selva tomba e aonde acaso veio, E como o seu destino lhe consente, Aí, qual grão germina de centeio...”
A Divina Comédia - Inferno – canto XIII
És tolo, miserável de destino jamais ambicionado por tantos, considera- te uno homem de sorte, de inexistentes encantos. Em vão julgaste que podias controlar o destino com feitiços, da semeadura à colheita, os saldos da tua vida foram cediços.
Ó malsinado vate, abjeto ser, desgraçado na confusão profusa! Mente infame, brotada da fusão de maus pensamentos reclusa. És o nefando de pútrido agir, funesto ator d’anátema execrado, maldito ignóbil. Poeta sem musa debalde pugna final almejado.
És a besta, desde a juventude fiel discípulo de lamentável titã, teu negro coração intolerável cedo foi jubilo do resgate de Satã; enfastiante nesta terra, desde priscas eras cultivas inimizades.
O hálito podre sublimas, não trouxeste liberdade para a mente, vegetas; jamais fizeste despencar raio da viva inspiração latente; recolhe-te, ó insuportável e repulsivo havido das profundidades.
[pois que espalhes os excrementos que produzes . . . . . . . . . . . . enfim]
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