
Distorção
Data 05/07/2015 23:14:36 | Tópico: Poemas
| Trazia no peito cansado uma certa angústia, Um desespero na arte estranha do viver Não cria nas instituições, nem nos sonhos Era apenas uma máquina antiga de escrever.
Revivia cada dia como se fosse o dia de ontem O presente lhe era incerto, indireto e torpe O futuro era o que poderia ser, ou não... Por isso vivia alimentado pela falsa ilusão.
Queria por que queria o álbum de fotografia Da sua família para mostrar para suas filhas Para reviver os dias de glórias novecentistas Quando tudo era indeciso, duvidoso e colorido.
Eram os seus olhos de meninos que distorciam O mundo, assim como a matéria distorce o espaço. Achava que a felicidade morava dentro de uma ilha Mas, já crescido, percebeu que estava a uma milha.
Então seu coração era a quilha que singrava o oceano Da razão a procura do novo mundo que era fantasia Naufragou numa praia após navegar durante um ano E não percebeu que aquele ano equivalia a um só dia.
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