
O poeta contra a razão
Data 01/07/2015 14:29:37 | Tópico: Poemas
| A razão é sozinha, não precisa de amparos: Se o que é, chamo de ser O que não vai ser, ser não será Os conceitos fazem-se tão claros! Ninguém o vai duvidar. Se, ao mesmo tempo, ser e não ser é contradição Haveria, então, o livre poeta qualquer condição De a tudo isso mudar? Por exemplo... Que a grandeza do mar não vá ser mar, quem o vai entender? Quer dizer, como conceber um não-mar: a-mar? Ah, a isso já responderia o poeta todo risonho: "Ó pobre razão! Se ao menos isso fosse matéria do teu entender... Mas nada disso eu suponho! Em verdade, até te contraponho: Ora, não vês que por aqui não tens lugar? Ralha-te então, ó entendimento finito! Pois o inexplicável a-mar é matéria do sentir, do doce apaixonar..." E do fundo do peito, contra a razão, o poeta dera um grito: "Sim, do sublime e do infinito!"
Dei uma ampliada num poema que já tinha escrito com essa mesma brincadeira-relação: mar e a-mar.
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