
Niaxe Augusto - O Absinto e o “Espectro”.
Data 27/04/2015 02:32:36 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
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A minha visão permanece turva dentre está floresta enevoada, O ar se torna opaco em meus pulmões fazendo-me ter tonturas, Uma voz funesta condiz-me a uma clareira translúcida, Horrorizados os meus olhos se deparam, Taciturnos de minha alucinógena consciência, Apenas alguns goles desta mortífera bebida foram suficientes para arrancar o ser de meu corpo, Mortuário desejo compulsivo que tenho por mais uma dose de Absinto.
Os meus distúrbios tornam-se a minha sanidade, Inerme caminho por entre as árvores mortas, E ao longínquo avisto uma túrbida criatura, Uma aterradora sensação de medo assola-me neste momento. Melancólico está o céu acima de minha alucinada cabeça, E então a funesta voz intensifica-se e mostra-me a sua verdadeira e funérea forma.
Um “espectro” esconde-se em meio à relva morta de uma tábida árvore, Observa-me com olhos obscurecidos pela dor e pergunta-me sobre a “Fada verde”, “-Aonde esta a minha “Fada Verde”? , mero humano.” “ -Onde você a escondeu?” Eu o respondi atônico: “- Não sei do que tu falas abominação da natureza...Vai-te embora desta fúnebre existência.” O “espectro” então tentou me levar para o Inferno, Porém ceifei-o antes com a minha faca. O mesmo sangrava, agonizava e praguejava sobre a minha lamina antes de morrer. E devido ao excesso de adrenalina que corria sobre meu corpo e os efeitos maléficos da bebida eu desabo ao chão desmaiado.
Após alguns dias acordo atordoado e percebo que o tal “espectro” na verdade era outro grotesco homem alucinado, Ignoto que quem eu era eu o matei, Corrompido pelo adocicada dose do elixir do Diabo ceifei sua alma, Agora devo correr célere, pois já posso escutar os passos da justiça ao meu encolho. Dispus-me ao risco desta malevolente bebida e sofri a consequência do não Ser. Mas continuo sobre a sua dependência e anseio por mais uma doce e mortuária dose. (Niaxe Augusto)
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