
Correio da morte
Data 09/02/2008 22:03:48 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Sinto-me só, destruí a minha vida, perdi os amigos E por um tempo o meu efémero destino Os pensamentos mortificam a minha mente Capturada nesta cela longínqua, choro Minha alma enegrece, tudo é insano, penoso Onde estás liberdade? Porque fui tão néscia? Porque quis demais? Recordo o passado presente O estômago contrai-se dorido, alvoroçando meu ser O produto fatal permanece nas minhas entranhas Meu coração bate no compasso do medo da overdose. Se rompesse… se diluísse, no meu corpo pleno de pânico Não controlo meus pensamentos. Os minutos duram uma eternidade Voo, olho pela janela o azul límpido do céu O brilho incandescente do sol E em mim, tudo é negro… De repente alguém grita, alguém como eu… morre Jovem cheio de sonhos que se perderam Meu Deus onde estás? Porque o deixaste morrer? Por favor controla minhas entranhas, não me deixes falecer. O avião retorna ao ponto de partida Alguém me espera e eu entrego-me sem saída Aparentemente resignada, mas minha alma grita Aqui estou, sem liberdade, inspecciono-me tarde de mais Lá fora os agiotas perduram. Transformados em estátuas de pedra, frios Permanecem com a rotina de sempre A usar e abusar de seres humanos como eu Sedentos de melhores condições de vida Sem punição, exigem mais e mais Há sempre alguém como eu e como o outro que morreu. Sinto-me só, minha alma chora, …. dolente Valeu a pena? Pergunto-me eu.
Escrito a 09/02/08
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