
A Rua dos Cataventos - Soneto XXXV (Mário Quintana)
Data 09/04/2015 12:06:29 | Tópico: Sonetos
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Quando eu morrer e no frescor da lua Da casa nova me quedar a sós, Deixai-me em paz na minha quieta rua... Nada mais quero com nenhuma de vós!
Quero é ficar com alguns poemas tortos Que andei tentando endireitar em vão... Que linda a eternidade, amigos mortos, Para as torturas lentas da Expressão!...
Eu levarei comigo as madrugadas, Pôr de sóis, algum luar, asas em bando, Mais o rir das primeiras namoradas...
E um dia há de fitar com espanto Os fios de vida que eu urdi, cantando, Na orla negra do seu negro manto... Mário Quintana (1906-1994), In: Poesia completa, Ed. Nova Aguillar, 2005, p. 121.
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