
Meu Arajipe - LIzaldo Vieira
Data 06/03/2015 19:14:54 | Tópico: Poemas
| Meu arajipe – Lizaldo Vieira Capital do meu Sergipe Mel de engenho Agua de coco Manga Mangaba de caída Licor de jenipapo Rape de tabaco Farinha de Itabaiana Terra do morro e urubu Ponto do Imperador Poema de Hermes fontes Amores de Marcelo Deda Picolé de graviola Caninha de cabaça Cana caiana Pitu de riacho Pernas de pau Cajueiro e papagaio Caldinho do siri Aracaju dos nossos gostos Saberes Sabores E desgostos Meu ara Minha mangaba madura Meu sabor gostoso de comer Meu cheiro De mar moreno Vida mansa Tranquila Serena Bonita Pequena Meu arajipe Pedacinho e cão de um povo bonito Perdido no atlântico Gosto de você Aracaju Por todo que vem Por tudo que tens Que convém Por tudo que é lúdico Quero-te bem Não mais a pacata Sempre graciosa e pequena Bucólica morena Agora Centenária Moderna e desafiante Brasileirinha á beira mar Onde viver Crescer É amar E sua sina Pra toda vida Aracaju que anda pujante Não mais a vapor Como dantes Nem de bondinhos na linha de ferro Agora, cortada por ciclovias. Rodovias Muitas vezes tornando A vida sem vias Num inferno Coisas dos tempos modernos Aracaju Não mais com rios de águas límpidas e puras Dos caranguejos e siris Que muito reinaram por aqui, E do desfile garboso dos botos Na ponte do imperador A agora de mangues poluídos De rios mortos e fedidos Com águas turvas e escuras, Fruto do tal progresso desalmado. Aracaju ainda de praias bonitas Onde se desnuda a beleza morena De suas lindas pequenas E onde o poeta vai se inspirar Aracaju das ruas estreitas Do beco dos cocos Do mercado velho Do Tales Ferraz Das belas avenidas Por onde passa o progresso Tangendo a vida Pra lá e pra cá. Aracaju, do tudo um pouco, Dos sábios e loucos... De sua gente descente, Que vive no fio da navalha No gueto No morro No centro E no bairro Do indo e vindo De brancos e pretos Na bicicleta Ou á pé No busu ou a cavalo Mas, acima de tudo Gente tinhosa J Inácio Inteligente e respeitosa Afeita ao trabalho Aracaju de povo descente Que vive e deixa viver A quem se deixar amar por esse chão amigo Gentílico que vira e revira mundo Céus e mares Sem deixar que atrapalhem Sua volta ao pátrio torrão. É bom viver com você Aracaju De ontem e de hoje De pessoas e nomes queridos: Zé peixe Ofenísia Freire Tetis Nunes Luiz Antônio Barreto Eurico Amado Célio Nunes Aldecir Figueiredo, Wellington Elias, Severo Darcelino Vilder Santos: E do poeta Lizaldo Também Aracaju Dos Josés Manes Mãe preta De dona Josefa Da Margarida Tia Isabé Aracaju com todos os sons Todos os tons Todo calor. Aracaju de nossas vidas Bonita Atraente Atrevida Tu reinas Com todos os deuses E sonhas Com todos os santos. Aracaju sempre disputada Enamorada Nunca rendida... Aracaju de todos os rostos, Sabores E gostos: Da mangaba, Do jenipapo Da pitomba, Da goiaba, Da manga E da jaca, Do doce de leite e de coco. E da pinga com casca de pau. É por esse jeito Com essas virtudes e defeitos É a você que amamos A você Aracaju Das muitas dores Dos muitos sons e tons Dos muitos gostos, Dos Nossos rostos Aracaju dos muitos sabores. E dos muitos amores.
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