
cais da ilha
Data 19/02/2015 22:02:37 | Tópico: Poemas
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O nevoeiro sorve montes e contornos. Sob o chumbo desfraldado tranças os teus sonhos.
Ilusões de ser pasmado. Sombras. Entre brumas, vem veloz a nostalgia. Tu partes. Partes em dia cinzento mar. De coração vazio a chorar a ilha. O lugar da minha tristeza. Partes incerto e de olhar disperso. Melancólico. Adensado nas coisas mínimas. No silêncio da chuva. No pó do sonho. No rugir velado dos dias. Na mudez dos grilos. Partes no Inverno. O Inverno que rumoreja no peito. A estação talhada na fímbria do mar, onde a indolência
dos céus enfeitiça o coração submerso em solidão.
Emudeço na rocha fendida.
No cais. Nós de vento compõem ondas
cortadas pela quilha.
No cais a matar saudades é o fim.
Quanto doí amar? É sempre?
Segredo de mãos ausentes nos confins do
mar.
Na ilha.
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