
Curta dança com o sal
Data 07/02/2015 11:07:23 | Tópico: Poemas
| Fui um pouco de ser em cada coisa Que a vida usou para aspirar O instante que de mim brotava Cinzelado e duro naquele momento Porém eu crente acreditava Ser ele tão fluido e puro como o mar
Entabulei conversas aos serões Escuras sombras se atravessaram no clarão Das ideias novas que se achavam inéditas O calor da lareira amortecia a turbulência E fogo crepitando com clemência Obrava pela minha doce companhia
Mas um projeto novo sobrepunha-se Arrancava o casaco ao cabide e saía Pela noite ainda noite e tão fria Encontrava o quarto jazente e inóspito Ali afastado como um cão moribundo E eu com o pelo eriçado das ideias
Queimava o frio mas não dormia Seria amanhã que te iria falar de mim Dizer-te o quanto era mais fácil te olhar Do que tremer à ideia de te aborrecer Porém de manhã aproximei-me do teu dia E reguei a semente que meu corpo trazia
Amo-te eu disse e só depois pensei Atiraste-me com um olhar desconhecido Rígido, frio, estrangeiro… E sobre mim lançaste um adeus sincero Como o mar que ali perto me desenganava “A vida é uma curta dança com o sal”
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