
SEM ABRIGO
Data 04/11/2014 19:37:07 | Tópico: Poemas
| abandonado na beira da estrada sem casa, nem guarida só com um cão como camarada há muito que era esta a sua vida o tempo passava lentamente nas noites sempre perdidas em que o sono só aparecia de repente quando os pés e mãos eram aquecidas nas brasas de um fogueira feita por ele ali naquele canto com troncos de alfarrobeira que encontrara no campo uma cama feita de papelão um quarto a céu aberto feita com uma caixa de cartão que no lixo tinha descoberto iluminado pelas estrelas protegido pela lua considerava-se irmão delas porque eram a sua família na rua é certo que tivera família verdadeira tinha tido muitos sonhos e até filhos mas hoje vivia sozinho desta maneira como se fosse só mais um empecilho infelizmente nada lhe sorria pesava-lhe nos ombros o passado em que tivera tudo o que queria até ter cometido um pecado que a sociedade não lhe quis perdoar vivendo por isso agora abandonado sem ter ninguém para o amar a sua memória nunca lhe mente já teve tudo e agora não têm nada sonha com uma vida diferente para talvez um dia poder dar uma risada
angela caboz
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