
Ousadia
Data 29/10/2014 19:42:38 | Tópico: Prosas Poéticas
| Ousadia...
Já deixei de contar o meu alfabeto dos dias, no rigôr moribundo em que me retrato neste rascunho embrulhado no derradeiro suspiro do céu que enche e máscara as horas pautadas no calendário dos meses infinitos e semanas que passam prostradas no anonimado ainda que desleixado saúdo-te e não mais pranteio o sentimento que invade meu peito sigo apenas rumo à plenitude sinfónica onde o mar ruge com fiel firmeza
Sei que ainda cantarei breves sonetos só para ti e mesmo que não saibas o que eu sei não deixarei de escrever o que sei um poema com letras adormecidas no teu ser pois sei que com rimas provadas de mel romperei chamejante a colmeia romântica do teu olhar a não ser que me atrases o tempo e insinues como se amam afinal as vogais retidas nas parábolas ou no silêncio das minhas preces semânticas
E este é somente o momento em que me escondo por fim no regaço da minha tranquilidade sem miragens ou recordações legítimas por descobrir apenas darei a cada ausência, uma réstia de mais um dia que irredutível se distrai fugídio mendigando na poeira dos astros iluminados uma réstia mais de luz matinal que pousará no horizonte sereno e esmaecido pela subtileza cativa na eloquência de um eco que se perde nas minhas fiéis ilustrações esculpidas sem alaridos nas notas tímidas desta melodia sonâmbola e empoleirada na minha mais que provável ousadia tão conivente e exuberante FF
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