
FINGIDOR
Data 29/01/2008 05:12:07 | Tópico: Poemas
| FINGIDOR (Ivone Carvalho)
Finge o poeta se o coração está vazio, Assume histórias por outros vividos, Cria romances, expõe sonhos, é sempre sutil, Transcende a alma e o coração feridos.
Quem sabe da dor que dilacera o seu peito Ou conhece as lágrimas que alagam su’alma? O sangue corrente em canal estreito, O suor aflitivo de sua palma?
O poeta, sorrindo, canta, (in)feliz, o amor, Sugere se encontrar acima da tristeza, Diz que é amado, com emoção e fervor, Como se amado fosse, com júbilo e destreza.
Canta, o poeta, a paixão sem regras, sem limite, A felicidade que nem sempre existe! Rima versos molhados pelo seu pranto.
Canta a saudade que destrói seu coração, Invoca, delirando, por mais atenção! Abriga, no seu peito, o desencanto.
Mas se está feliz, ninguém o segura! Abre a sua alma, partilha o seu momento! Compõe versos com sonoridade e ternura, Transpira o amor, exala o olor do seu pensamento!
A poesia se encontra no seu imo, Na vida, no coração, na natureza, Por isso, todo poeta é um menino, No seu âmago reside a pureza!
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