
FALSOS PROFETAS DA RESISTÊNCIA
Data 28/01/2008 14:24:56 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| FALSOS PROFETAS DA RESISTÊNCIA
Não, vós não ides de encontro ao verdugo em pêlo de guardião. Não, porque, se fôsseis, não aceitaríeis do novo mestre dos Sortilégios comer a maçã do esmaecimento. Sim, pois sabeis que Ela vos anula a força necessária para as pugnas Contra os ditos Todo-Poderosos Senhores do Magno cercamento, Onde moramos nós, os prisioneiros da esquizofrenia e curdos Da libertária consciência, que permanece imutável no fito De se pôr á nossa espera, ainda que possamos depreendê-la Tão-somente ao se obliterar a última centelha da suma vela Qual em nós vitaliciamente ardeja. Posto que arda deverasmente enferma: quase mesmo em réstia De fogueira!
Pra meu dissabor, descobri a vossa verdadeira identidade. Sede, na verdade, uma célula de boa aparência, que trazeis Convosco um vírus malsão que infecta as sadias, espalhando A bruma da bile e da ira, que, ao mundo jugando, abiogeniza.
Não, não me tenhais na conta de mais uma presa, um tolo. Não, sei que verdadeiramente sois um pernicioso sapo-camaleão. Sei que pulais de veio em veio consoante a conveniência dos Vossos sopeiros patrões. Sei, em razão disso, revesti-vos da Trama andrajosa e da fala da guerreira legião para liquefazerdes E dirimirdes com a urina a visão da justiça das batalhas empreendidas contra os grãos-mestres da rapina, sobretudo aos Olhos daqueles que crêem, mesmo ainda inconscientes, que um Dia o oceânico magma da igualdade nos afogará plenamente: Sim, o quão eu sei.
Talvez, por isso, consiga discernir o joio do trigo, A crocodilagem e as vítimas que caem na teia Do vosso malfazejo artifício; O bom samaritano camuflando o seu aspecto de teia, Que leva a incauta presa ás garras da aranha, então, ansiando Tão logo pela chegada, se supõe, da sua deliciosa encomenda. Enfim, vós sois tudo isso e muito mais coisas execravelmente Inominadas, as quais dizer não me animo. Porém, a definição que mais a vós se assenta na minha cabeça É a de rei das sanguessugas com certeza. Não compreendeis? --- pois muito bem: Libais avidamente e a pleno gosto Todo o plasma que habita a Dignidade, E, daí em diante, ela deixa de ser Dignidade E passa a apenas a mais um desmilingüido pedaço de carne Á espera do derradeiro abate!
Não, vós não sois vates. Não sois em absoluto, apesar dos trajes, Os filhos de KARL MARX ou a flor posterior do QUILOM- BO DOS PALMARES. Não, não. Sois, em realidade, os fazedores do holocausto: O holocausto do sonho de sermos, apesar do côncavo e do Covexo, A mais açucena expressão da LINEARIDADE entre OS SEXOS.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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