
DONA DA MINHA VALSA
Data 28/01/2008 13:48:04 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| DONA DA MINHA VALSA
Gostas de seguir-me a cada movimento. Amas quando tens o ensejo de te apossar dos meus pensamen-tos. Excitas-te ao sentir o pulsar hercúleo e edace da tristeza. Tristeza em que dolorosamente sirvo de alfobre. Teu alfobre. Tua vivenda!
Tu, sempre a fechares todas as gretas de alacridade Que abro. Tu, sempre a salpicares meu peito de desventuras, Enxovalhado-o de mágoas, oceano de amarguras. Tu, sempre a pores limitações em meus ideais, Onirofágico relicário de meus mais caros sonhos. Tu, sempre a quereres que siga um caudaloso rio soturno. Tu, sempre a fazeres de mim teu manipanso. Tu, sempre a rainha magna da possessão. Tu, sim. És tu mesmo: sicária conseqüência da sonhada Felicidade vã!
Na verdade, queres me botar na valsa... Na verdade, me impões a valsa... Na verdade, me fazes dançar contigo a valsa... Na verdade, em mim, és a própria valsa. Enfim, tu, solidão, és a Minha própria valsa diária
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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