
Vício
Data 03/09/2014 03:31:10 | Tópico: Poemas
| Fumo. Caio na cama e rebolo.
Fumo. Caio na cama e durmo.
Não me consolo.
Não me conformo com palavras mascaradas, Nem com o som do teu sorriso. Não me consolo com bebidas açucaradas Ou com a ideia do que preciso.
Não escrevo com juízo. Não escrevo com consciência. Não escrevo nem sei o que escrevo.
Não me atrevo A te deixar ficar Nem a não querer que vás.
Os teus pés são de cabra, O teu riso é fugaz. Tens droga na ponta da língua.
Saltas-me à boca Sem eu querer que me sejas saliva, Forças-me os dedos, Drogas-me e esperas que viva.
Não me vicias.
Fascina-me a tua antiguidade, As cicatrizes da tua hipocrisia. Admito, gosto da tua droga Mas não me vicia.
Rebola, Enrola e Acalca.
Não há maneiras de emendar Uma mente que deseja não ser mente, Um corpo que nâo quer ter corpo Ou uma ideia que adora ser só uma ideia.
Corre-te na veia.
A frustração, A utopia, A inconsciência, A droga que vicia.
Não te quero, Nem te desejo, confesso; Mas corre-me agora na artéria A ideia que só quer ser ideia.
Já rebolada, Já enrolada, Já fumada.
Obrigada.
Lau'Ra
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