
De ti cheias, as minhas mãos vazias
Data 26/01/2008 11:33:29 | Tópico: Poemas -> Amor
| De ti cheias, as minhas mãos vazias moldam agora o vento em fêmeas ventanias.
Do mar o perfume a sal e a resina, tipografado a céu aberto, sândalo perdurado no gume dum machado, lanho colossal donde jorra a seiva percorrida por pernas e asas esculpidas de insectos.
[Este vento âmbar, translúcido, transparente, onde s’eternizam parados os nossos corpos amásios d’insectos alados.]
Na hora ampla em que a noite regressa ao ventre de si, em que inquieta te abraço no desejo maior de te ver, de te ter, inclinado sobre caule, pescoço livre em flor, este vento serei eu, amado, e o mar da tarde a beijar-te terna, (e)terna, lentamente, devagar, serenamente, em mim, em nós, saudade.
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