
Outono
Data 11/08/2014 13:30:38 | Tópico: Prosas Poéticas
| Desalinhada, cai a folha amarela prisioneira da gravidade ciranda no vento espremido no calor de um dia cego de sonho apertado no sumo da ventania presa no amarelo poeirento das formas. O Outono encerra-se na flor de uma mão convulsa inventada na embriaguez de uma jarra cavada na sombra da janela e na disciplina da rotação da terra sangrada em glóbulos agonizados no bafo da garganta bordada de espadas e sinos. Nós de rosário de deuses avessos tecem raios e rosas surdos cegando os dedos sobre as têmporas. Cedo a inquietude das nuvens coroa o Inverno e o enxofre implode os corpos moribundos descidos à terra acompanhados das cinzas de Outono. Maria Giesta (pseudónimo de atizviegas68)
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