
Órion
Data 01/08/2014 21:11:20 | Tópico: Poemas
| Cai o sol no mar e morre. Atrás do monte nasce a lua. O vento vai levando a falua Que o rio doirado percorre.
Feliz, fico fitando o horizonte, O espetáculo diário do poente. As nuvens sangrando lá longe. Pássaros em V logo ali na frente.
Mesmo repetido me é diferente. Cada dia traz em si uma nova beleza. Aqui e ali acendem-se mil estrelas Na nova noite que é morna e quente.
Sozinho fico pensando em vê-la. Aquela que está longe, lá em cima. Mesmo sabendo que não posso tê-la Aqui, agora, em minha companhia.
Penso nos olhos que brilham no céu Imagino que sejam como os de Capitu Pobre de mim! Não sei conjugar no tu! Pobre de mim! Entregue a sorte e ao léu!
Procuro Órion mas não sei a posição. Quem sabe ela a observar agora esteja? Onde mora, pequena gigante estrela? Diga-me onde fica a sua constelação?
Atordoado estico meus dois braços Numa tentativa inútil de te alcançar. Teso, tento, teço dilatando espaços Na minha pequenez gigante de mar.
Choro com o meu dedo alçado, em riste. Prostrado, vencido, desmorono ao chão. No mundo todo não existe assim tão triste, Tenho certeza, que não há outro assim coração.
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