
Roupa de Poesia
Data 24/07/2014 13:32:50 | Tópico: Poemas
| A poesia, esta musa da liberdade de expressão, Ora posa nua, com seu corpo de Vênus: Sem se importar se tem alguém a vendo; Ora com seu corpo de Apolo: Mostrando a todos seu belo colo; Ora desfila com seu traje de gala: Só a vê quem tem “olhos de vê-la”! Seu alfaiate, exímio estilista, Ora cose sua veste com os mais belos retalhos À disposição na língua: figuras, vocabulários,... ; Ora cose-lhe veste simplesinha, Deixando ‘ainda mais bela: Inocente qual menininha! Ora a musa dos sentimentos e das emoções Está muito triste com a humana dor: por mil razões, Pede, então, ao poeta, seu alfaiate, Que cosa sua veste com palavras fortes, E o poeta, que também é seu consorte, Sente-lhe as dores ainda mais forte, Cose-lhe a veste com versos tristes: Tecido negro para dia de má sorte! Mas o poeta tem os seus limites, Para não sofrer sempre a dor da bela musa, Borda em sua veste o eu-lírico e o usa! O poeta em ritmo acelerado, Sem métrica costura versos alternados, Com palavras feias de sentimentos pesados: Rima azarado com desgraçado, inverno com inferno,... Sem temer superstição ou algum deus titã: Importa que a musa poesia esteja salva e sã!
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