
Bolsos do desespero
Data 23/05/2014 11:53:56 | Tópico: Poemas
| BOLSOS DO DESESPERO
Nascemos, logo nos vestem roupas, mais tarde com bolsos, de carapins, passamos a usar sapatos, até botas! De bolsos, para lenços, passamos a usá-los para notas e a viver tensos, deixamos de ser meninos e passamos a cretinos, a querer contas no banco e acções a render outro tanto! mesmo os poetas, que cantam o amor, a lua, o céu e as estrelinhas, não desdenham que seus versos lhes rendam notinhas!
Os bolsos, que na roupa estão, com eles temos de viver, dão-nos a preocupação de os querermos encher, com boas ou más acções? depende das notícias do vento e das novas que a bolsa traz! Ponto fulcral dos nossos anseios, é que bolsos, às roupas cosidos ou colados, andem sempre cheios, senão ficamos nós vazios d'esperança, desesperados! Resta-nos o conforto de termos nascidos nus, sem nada, sem bolsos para notas, e embora morramos vestidos, com bolsos à roupa cosidos, sabemos que os levamos vazios, porque, mesmo cheios, já não mais abrem portas!
|
|