
"Careoca da Tejuca"
Data 23/04/2014 17:42:40 | Tópico: Poemas
| "Careoca da Tejuca" (Mauro Leal)
Pelo anseio de seus sonhos, aventura-se às famosas ondas encontrar, faz-se forte entres os infelizes das costas ocas de almas-sebosas, de línguas trelosas e o impetuoso mar, procura aproximar mas o jeito mocorongo e o linguajar, desqualifica e prossegue sem saber onde o jegue amarrar.
O sol debruça e ao puxadinho, toma caminho. A solidão retorna e corta o coração, inevitáveis são as lagrimas, que vão banhando e deixando rastro de tristeza pelo chão: . pelas lembranças de mainha, painho e do rachado sertão; . por ser encurralado e caçoado de "cangaceiro lampião", por sustentar no pitoco cangote a "bitelona jabulani" a adernar; . pelo espinhaço encurvado, zambeta e cambita quando caminha equilibrando o pranchão sem uso das mãos: . ao ser lançado no revirado espumado a esfolar e borbulhar de ponta cabeça até beira-mar. "promovendo espetáculo" para os metidos a cavalo do cão e "top" do ranking da região, que persistentemente insistem desdenhosamente:
- Sem chances, "anão-jojolão-apagadão" ! vens do xaxado da Serra Talhada, com esta graciosa "lua" achatada, à sonhar que Big Rider, podes virar, arriscando-se nas cristas das ondas com este peludo "astro" à pesar.
Qual é? esculacha não "sangue bom"! não tenho esta pretensão! e muito menos o que vou elucidar, é pra gozar, e nem farinha e nem "onda" tirar, nem pra dar o tango no mango, é pra lhes deixar a par: pois trata-se da ciência que estuda a natureza e seus fenômenos que aprendi no banco escolar, então se liga aí brother surfistas no legado e no hilariado por Arquimedes deixado:
Com a "bexiga lixa", vejam a cena de despudor que aprontou: da banheira "descuecado" pulou e pelas ruas saiu com a genitália ensaboada, anunciar: Eureka! Eureka! Eureka! pela descoberta da força vertical para cima, que passa pelo centro de gravidade do corpo imerso, que as embarcações e até os cabeções, criados no angu com pé de galinha, rapadura, mugunza e no jerimum com jabá, por entre as ondas mais temidas, faz empuxar, flutuar e os mares cortar.
Assim como as apreciáveis e disputáveis montanhas d'águas passam, a vida passará, e dela não se leva nada, vamos dar as mãos, sorrir, cantar e transformar as diferenças em bem-estar, curtir o dia a dia e nos orgulhar.
E pra abrilhantar, aqui está o que Euclides da Cunha, em "Os sertões", fez publicar: "o sertanejo é antes de tudo um forte", na contribuição cultural e nas exuberantes construções da nação.
Mauro Leal
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