
Outra lua
Data 19/04/2014 04:29:38 | Tópico: Poemas
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Ó lua... Conte-me aquilo que ainda não sei e preciso saber!
Conte-me o que preciso saber para ser sei la o que... Qualquer coisa, sem forma, qualquer coisa externa, uma esfera, um outro qualquer.
Qualquer coisa.
Lua do meu quintal, bola flutuante no espaço sideral. Nunca esgoto a fala sobre ti porque és inesgotável até em eclipse.
Isso nem é sobre a lua. Meu canto não tem nada a ver com a lua.
O que eu falo é sobre a autoridade da alteridade.
Não importa sua idade. O que és, partiu de outro. O outro é sono de outros... nunca de si.
E se há alguma ironia nessas leis naturais é que mesmo sendo nós feitos pela consciência de outros mortais, ao mesmo tempo, no inverso do verso, também fazemos pessoas, os animais.
Somos todos outros de alguém. Construindo personas, signos e mais mistérios do além. Mas nunca em nós.
O limite é o espaço por dentro da pele. Lá, só a invasão inescrupulosa da introspeção meticulosa de outrem.
Só assim sabemos desse além de nós, em nós.
Sou assim. Poque fizeram isso de mim. Embora eu não tenha culpa. Não que isso seja desculpa, mas, eles também não têm.
Todos passageiros desse trem. O nome que se assina sina no bilhete de partida depende dos passageiros que estiverem no vagão da sua vida.
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