
A Festa da Rosinha
Data 16/04/2014 10:55:36 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| A Festa da Rosinha
Levaram-me a um ralabucho, Lá na casa da Rosinha. Ao chegar vi um gorducho, Que uns duzentos quilos tinha.
Era um baita homenzarrão, E por ser muito glutão, Vasta pança ele continha.
E, só bastava descuidar Que ele ia se fartar De quitutes na cozinha.
Ah! Coitadinha da Rosinha!
E não se dando por satisfeito, Estufava o enorme peito E deglutia uma galinha, Sem pena ou dó da penadinha.
Ah! Que peninha da Rosinha!
Jamais em minha vida, Eu havia visto coisa igual: De alguém comer tanta comida, E achar que é normal.
Pois não parava um só instante De mastigar, o dito cujo. Fazendo-se de importante, Mesmo estando com o beiço sujo.
Durante a noite inteira, Resolvi observá-lo, E sentei-me a uma cadeira Para melhor vigiá-lo. E a Rosinha hospitaleira, Dava a ele bom regá-lo.
Pois passava o tempo todo, Preparando salgadinho. E, o tal, à grosso modo, Devorava ligeirinho,
E ainda olhava de soslaio, Como quem a querer mais. Bradava! Daqui não saio, Pois tá gostoso, tá demais!
E a Rosinha coitadinha, Nada de se divertir. Pois o glutão a detinha Na cozinha, não deixava ela sair.
Mas, como em tudo há um limite: Rosinha foi se irritando, E o balofo acredite... Mais e mais se empanturrando.
Rosinha pôs-se nervosa, E foi perdendo a estribeira. Ao ver a roupa gordurosa, Com o vapor da frigideira.
E justamente nessa hora, Esqueceu-se da educação. E botou de porta a fora O gorducho, a bofetão.
O glutão saiu tombando Com a orelha toda ardente. E sem querer foi derrubando, Quem estava a sua frente.
Eu de lá, de minha cadeira, Tudo aquilo eu observava: Rosinha dava rasteira E o gorducho se esperneava.
Foi então nesse momento Que, o fuzuê ficou formado. A festa virou um tormento, E sopapos pra todo lado.
O gorducho caído ao chão, Com um croquete e em uma mão, E na outra um bombocado.
Terminou assim a festa, Do inesquecível ralabucho. Com muitos galos na testa, Por culpa do tal gorducho.
E nunca mais a Rosinha, Quis saber d'outra festança. Pois quando estava sozinha: Vinha-lhe a triste lembrança, Que em sua simples festinha, Houvera tanta lambança.
Do gorducho ninguém sabe Dizer, se vida ainda lhe resta. Se comida inda lhe cabe, Ou se explodiu n'outra festa!
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