
É pelo dorso do mar que o tempo se estende Indomável
Data 11/04/2014 19:27:17 | Tópico: Poemas
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Mais vazio por entre os longínquos dedos que tocam um corpo estático e o traço que o calor do sol não consome.
Falas-me daqueles passos que nada traziam consigo Nem pegadas arrastando-se pela brisa soprada a norte Terra céu ou um mar que habita o meio de uma floresta secreta desconstruída pela ignorância Nem alma nem Deuses escondidos. Ris.
E se te repito as longitudes supremas onde Tentam-se ver vidas extasiadas sublimes Forçamos os limites da loucura outras visões Maldições dos navegadores.
É pelo dorso do mar que o tempo se estende Indomável
Pudesse eu dominar a simples onda e guardá-la Até o fim da preamar furiosa até À lua cheia Como os filhos dos anjos se escondem das aves que migram.
Lembro-me da inquietação das procelas que Mesmo antes de chegarem Tornam-nos náufragos e Do esvoaçar das velas destecendo-se a pouco e pouco De um mastro apodrecido Por vezes o azul fantástico da aurora seguia-se-lhe Ou a erupção de um arco-íris mergulhando até fossas mais profundas.
Contemplo-te sem temores limitados
Dir-me-ás então que jamais compreenderás a esperança de cada partida pelo cansaço.
Conta-me dos enigmas que as palavras aglutinam em cada nova rota.
Perco os meus gestos.
I
(Hoje quando beber a última taça deste desejo sem esperança A chicotada na alma ecoará Incessantemente).
(Ricardo Pocinho)
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