
O Mundo nas 20h
Data 10/04/2014 19:39:16 | Tópico: Frases e Pensamentos
| Apetece-me escrever. Não sei bem o quê, mas apetece-me escrever.
Acabo de vir da janela, são 20 horas e 12 minutos, o céu... deveras fascinante. Com uma panóplia de cores alaranjadas que se misturam com as várias cores azuladas - de uma escuridão que se aproxima, também ela fantástica, misteriosa. Adoro quando o céu contempla algumas nuvens. (Re)Criam-se os mais belos fins de dia. O vento está mais do que presente. Está uma brisa ligeiramente mais fresca, mas igualmente renovadora. Toca-me suavemente pela face, fico mais sensível ao frio. Passa-me pelo cabelo e este voa, acompanhando as múltiplas direções de um vento que, até ele, parece desnorteado
...
Tenho lido, mas nunca o suficiente. Procuro algo... Não sei o que faça com o tempo. Passa-me pelas mãos numa correria incessante e permaneço, aqui. Sem norte.
São 20 horas e 20 minutos. O céu continua deslumbrante. Agora, com as cores mais quentes, mais fortes. Um azul mais escuro que o acompanha nesta viagem. Estas cores envolvem-me completamente – e eu, com a mente ali. Quando voltas?
A minha alma não sossega. Pede constantemente por uma saciabilidade que eu não sei se tenho capacidade para tal. O meu corpo já foi, em tempos, um copo cheio de água. E, como todo o tempo funcional, progressivamente, tem tido algumas transformações, naturais ao homem, ao mundo e às coisas – umas lascas aqui, uns tombos, uns pedaços perdidos acolá.
Partindo-se aos poucos.
Hoje?
Tenho uma réstia de vidro que sustém uma ou duas gotas de água. Mas a minha alma implora por mais. Está completamente convencida de encontrar um oásis neste deserto que caminhamos há séculos. Sinto-me tão velha, mas nada inteligente. Muito imatura.
Quero devorar livros, conhecer pessoas, beber as suas histórias, quero viajar, quero... Quero, acima de tudo... Conhecer-me e encontrar-me. Acima de tudo... Encontrar um eixo que me guie Neste limbo onde me encontro, completamente perdida.
São 20 horas e 27 minutos. As nuvens são agora dominadas pelas cores do céu: todas se tornam familiares ao azul. A luz esvai-se, sem perder tempo. É impossível ganhá-lo novamente. Depressa, a noite chegará.
Um perfeito brain storming, com tanto ou nada por dizer.
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