
" Sereio "
Data 05/04/2014 21:46:19 | Tópico: Poemas
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Sesgo, imerso no poço rico Afluente privilegiado do rio Trovador Bordeando o trespasse descendente que goteja, Na goteira infindável de Deus amor
Com mestria, cria nos areais dos pescadores, Cardumes tricolores que propagam horizontes…
De rosto marcado de sal Temperado pela saudade, Enfrentou a arrebentação com sua nau Para lá do Tejo E com ajuda das mil fontes de um lugar, Sarpou na mesma direcção que Álvares Cabral.
Velejador de azuis em proa No altivo céu molhado Servindo de chão ondulado Nas raízes do olhar….
Sentinela das estrelas e das rochas que acompanham o baloiçar sonoro das marés em cacho …. Mártir da espuma e do bradares da água em sal. Ele é “sereio “ e ao contrário de Proteu, se transforma nas mais belas prosas marinhas, desvendando no seu cantar, as verdades pretendidas …
Estofador de silêncios Vergados no alto mar, Escrevendo, Salvando os fosseis frutado das palavras naufragadas … Nos sonhos embarcados… No constante ruminar das ondas E nas barbatanas dos pássaros Que pontua o céu com salpicos de penas No compasso de suas asas serenas ….
Ele é indiscutivelmente o vento carteiro, que semeia as brisas e espira as lezírias primaveris, navegáveis na poesia sem pé …
Ele é?
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