
Enquanto teu corpo se esconde tímido debaixo Do linho níveo que se desfez pela noite em dia
Data 27/03/2014 05:54:51 | Tópico: Poemas
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Não te sei falar do sabor a mar da pele adormecida pelas espumas das ondas revoltas talvez sejam crinas de cavalos alados sopradas por ventos alísios ofegantes Nem te saberei um dia explicar da companhia das aves nas direções longínquas do equinócio aflito sem distâncias morrendo em pleno voo (serão enterradas veladas nas nuvens quando todos os aviões pousarem em Terra?) Não sei.
Sabê-lo-ei um dia ou noite quando o cheiro Das orquídeas invadir o quarto vazio Que me habita (que nos habita) Resistindo aos ecos que as sombras cantam em silêncio Talvez então seja escusado dir-me-ás por entre os brilhos Purpúreos que o olhar absorveu.
Fumos incessantes deste incenso purificador ou Apaziguador Enquanto teu corpo se esconde tímido debaixo Do linho níveo que se desfez pela noite em dia
Nem sempre serão precisas palavras ou gestos Sobrevivos a um tempo demasiado rápido enquanto A voz declama um poema apressado símile à canção Refreando os passos aprisionados Antes ou depois aos mesmos caminhos.
Nem sempre se percebem as estrelas cadentes Caindo no mar
Por vezes iluminam o horizonte Transformando-o em chamas Outras são leves tremores que anunciam As manhãs infinitas.
I Dessas palavras que rasgam poesia Desaparecem incólumes Visões Sonhadores Navegadores Das viagens que encontraram sargaços Cegam os olhos nos reflexos do mar Esqueçam-se as memórias Esqueçam-se os naufrágios Esquecem-se as feridas Das tatuagens escritas na pele por aquelas noites que em Dias se transformavam, Revocavam-se alguns apelos gritos adormecidos sabiam-se infinitos. … Pede-se o cantar da cotovia Que antecede primaveras e o mito do mar
O teu peito.
(Ricardo Pocinho)
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