
Solidão da Manhã, na Quarta de Cinzas
Data 07/03/2014 01:06:29 | Tópico: Prosas Poéticas
| Solidão da Manhã, na Quarta de Cinzas
Foi na manhã daquela Quarta feira de Cinzas, que enfim sua 'ficha caiu'. Solidão e um café. Um café e a solidão que a levara a fazer tal coisa.
Não importaria o quanto refletisse agora... O estrago fora feito. Vendera seu corpo, como uma revista ou jornal na banca: Fotos comprometedoras. Além disso, na mente, as lembranças...
Uma cicatriz havia se formado, não no corpo, mas dentro do ser. Aquilo que um dia, dissera: NUNCA! Agora era fato. Pretérito, mas ainda assim, marcado.
Um gole na xícara de café. Sentiu o aroma. Era tão gratificante naquele momento, ter o café! Sua eterna companhia, fosse noite ou dia...
Entretanto, havia aquele sentimento de desgosto. Por que fizera aquilo? Por medo da necessidade bater à porta, ou pela ausência de reflexão?
Fora pelo impulso. Sim, era isso. Agora estava feito. Se as fotos chegassem a serem vistas por outras pessoas, Tudo estaria acabado: Sua profissão e reputação.
Tomou outro gole de café. Seu eterno companheiro: Aroma, paladar, quentura.
Fechou os olhos. Isso tudo porque era Quarta de Cinzas! A culpa instalada no íntimo. Tirou o roupão, foi para a Igreja. Levaria Cinzas, na cabeça!
Fátima Abreu
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