
ALMA INQUIETA
Data 11/01/2008 06:46:59 | Tópico: Poemas -> Amizade
| ALMA INQUIETA
Utopias dum poeta, Que nunca atingiu a meta, Dão-lhe os sonhos alimento! Ri-se dele qualquer um; Chama-lhe o senso comum: -Pobre cabeça de vento…
Contudo, não desanima: Vive para a sua rima, Grande amiga e confidente! Mesmo que não lhe dê pão, Tem sempre uma absolvição: Fá-lo acreditar que é gente!
E, na sua ingenuidade, Dando o braço à honestidade, Mesmo que esta pouco exista, Tropeça nas amarguras; Mas, voando, nas alturas, Julga ter alma de artista…
Rasteja na vida, assim, Sem flores, no seu jardim, Já nem vê quem o rodeia! Pouco lhe importa ser louco! Não liga a quem faça pouco: Sonho é fogo que incendeia…
Na tristeza ou na alegria, Em tudo vê poesia, Chora e ri, a cada passo! Envolto na solidão Caminha entre a multidão, Que o considera um palhaço.
Ninguém vive de quimeras; E, se em vez de homens, há feras Quem o vai compreender?! Na luta da subsistência, Se o amor se chama violência, Poetas… não pode haver!...
E, nascendo na pobreza, É bem maior a certeza Que nunca irão triunfar! Lutam por causas perdidas; Vencem, sendo almas vencidas, Sucumbirão, a sonhar…
Troçam; chamam-te pateta! Mas nunca morras, Poeta! Traz-nos um mundo melhor! Sê sempre a cigarra amiga: Nos trabalhos da formiga, Teus cantos: hinos de amor!...
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