
Parodiando - Lizaldo Vieira
Data 20/02/2014 21:57:54 | Tópico: Poemas
| Parodiando – LIzaldo Vieira Espeto de pau Só mesmo em casa de ferreiro Minha casa é de barro Meu teto é de sapê Mais duvido que vendaval algum Chegue pra surpreender Sempre será a ultima a cair Gosto pra danar Dessa coceirinha com bicho no pé Meu melhor presente É viver na roça Sentar debaixo da árvore E circular o doce olhar sobre a campina Nos mesus arredores A beleza está nos registros da antureza Que venha o amnhã Com ares de evolução Só que O que me faz bem para vida Tá tudo aqui Um punhado terra limpa E mãos calejadas pra plantar Pra egar o vicejar Pra que radiola Se tenho o som do carro de boi Meu espeto é de pau Enxugo gelo E carrego pedras Minha viola é de boca Não fico de bobeira Andando de toca Minha viola é berimbau Pasta boa é de juá Não mau hálito que não abafe Comida boa É a que mata a fome Mais gostosa ainda Quando feita em panela de barro Minha mala é um saco Meu cadeado é um nó Triste é homem gaiúdo Uma só não da conta Boniteza não põe pão na mesa Filho preguiçoso É criado com avó A mulher que vendia fiado Por castigo Perdeu a freguesa Pra minha careca não tem pente Minha panela não faz pipoca pra um dente só De vez em quando Rir da miséria alheia Diz que faz bem pra alma Se você tá afobado Quebre Ouricuri Que acalma Comer farinha assoviando Eita coisa difícil Na minha panela Não tem pipoca pra banguelo Minha parede é sopapo Meu piso é de chão batido Sou usado Mais não sou velho Meu engenho só faz rapadura Falando em Tobias Barreto Só com educação Cospe-se na estrutura Como dizia minha avó Prifiro andar só Por que mal acompanhado É pior Pra variar Meu terreiro só canta um galo Na festa de cabacinha Fiquei todo molhado A mulher que andou na linha O trem pegou Não sei por quê Macaco velho não mete a mão em cumbuca E inhambu velhaca Nunca cai em arapuca Nem cutuca a serpente Com vara curta A raposa que entrou no galinheiro Tomou toda cachaça E morreu Quem cresce para baixo Só mesmo o rabo de burro Tome conta das cabras Porque o bode tá solto Se não tem inflação Então porque só posso comprar fiado E ainda pedir troco Essa vida arrastada De boi de carga É osso... Cavalo dado Não se olhar pros dentes Acho que tem algo errado Na linha do equador Quando chega as eleições Todo político safado Se acha o bonzinho E só anda abrindo os dentes..
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