
Nas ipueiras do ptempo - Lizaldo Vieira
Data 19/02/2014 14:29:03 | Tópico: Poemas
| Nas ipueiras do tempo – Lizaldo Vieira Quando vi a tempestade de tanajura Invadindo a serra E menino chamando Para a panela gordura Sai de baixo O bicho vem bravo Furioso Danado Valente Veloz Rasgando tudo Com barulho E efeitos de luz Lavando tudo pela frente Corrupio de poeira Pau e pedras Saem do caminho Enfrentando extravagâncias extemporâneas Próprias do tempo Correntezas fortes Águas benditas Escurecem o claro E implacável dia do nordeste SOL ESMIRRADO Apático Calado Tempo vadio Valente feito o tenebroso Clima em êxtase Tudo serve para embrulhar Qualquer forma de proteção Nenhum barca se encontra A deriva Nenhumas salvas vidas La se vai ciliares Peixes arrastados da toca Embarca na enxurrada Crustáceos desatentos Desagarra do rochedo Tudo estava tão previsível Céu encoberto Tempo enfarruscado Nuvens carregadas Gado riscando o chão E nada de Zezinho Buscar providencia Bem feito Por tantas imprevidências Castigo implacável Sacudindo raia miúda e grande Levando tudo Ladeira a baixo Cavalo perdeu o rebolado Manga desabou O cajueiro nem florou Também Quem manda pensar Que era invulnerável Agora vive a invocar por socorro Agora Depois do incesto Vai curti sua ipueira Nos charcos estagnados Por entulhos Dos arrastos das trovoadas Bem vindas Nas turbulentas tormentas De março
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