
Chama eterna
Data 10/01/2008 11:34:32 | Tópico: Prosas Poéticas
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Arde o teu fogo a chama lenta, ilumina a minha Noite escura. Tua alma quente, queima-me o corpo dolente. Provo o gosto doce dos teus lábios, danço no crepitar da lenha, sarça ardente que me devora. Simultaneamente, és brisa de leste, frio agreste que arrepia a pele, água fria que refreia minha mente. Luz do dia que apaga a noite, simples fantasia que me desperta. No equilíbrio deste singelo trapézio, dançamos, entre os limiares, agarram-se os corpos com medo da queda, seguram-nos as almas em fios invisíveis, como marionetas em teatro de crianças. A fragilidade das tuas mãos, que se enlaçam nas minhas, lembram-nos que a ausência é apenas o ponto de partida e, que, à chegada estaremos sempre ali, para nos recebermos de braços abertos, como este lume aceso que aguarda que o teu corpo seja meu. A labareda eterna, arde na pira do destino que queima segundos, dias e meses a fio, como o corredor salta barreiras até cruzar a meta, que a cada passo fica mais perto do início da corrida.
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