
A FRUSTRAÇÃO DO PINTOR
Data 09/01/2008 15:09:42 | Tópico: Sonetos
|
No passar de meus dedos, pelos teus cabelos, Perde-los aí; como que emaranhados novelos, Que te cobrissem o rosto e eu lhes desse vida, Que é toda aquela que, incólume, te é devida;
E olhando os traços, de teu rosto, enfim, vê-los, Como suaves rios, em grandes barcos trazê-los; Sentir tua pele na minha e sabe-la já perdida, Era tudo que eu mais queria, da flor aí nascida.
Ah, mas nem o pintor, mais destacado, ali daria, Por terminada, sua obra! e se fulgor houvesse, Por acabar ficaria sua arte, que nele não caberia,
Destreza tamanha, para te pintar completamente. E mesmo que o artista tentasse e até soubesse, Nem por tentativa, erro, eras tu verdadeiramente.
Jorge Humberto 30/12/07
|
|