
Um dia como eu
Data 26/01/2014 14:38:33 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Nasce o sol, nasce um novo dia nasce a vontade que muita não é. Ponho-me a pé. Penso ser hoje. Outora cheio de alegria essa, que de mim foge, e há tempo que não a vejo, agora esmorecido, amanheço e sem tocar no assunto directamente julgando ainda que me conheço, ponho-me contente. Agrado a toda a gente. Talvez um dom, senão uma maldição, mas nada de bom para esta indefinição. A fome apareçe e com ela a vontade de comer, a consciencia amolece e a dor deixa de doer. E é quando o Sol está bem levantado que o dia vive o seu pico esqueco tudo, desvairado e sem saber onde fico. Passa-se assim mais um momento de desvario e desconsolo e eu, desatento, mais um copo, mais um golo... Já o sábio dizia "Estás só. Ninguém o sabe." E ele é que o sabia, o que a mim não me cabe, "Cala e finge. Mas finge sem fingimento." sendo a demasia para ele um tormento. Mais fácil é dizer que falar E pela janela a sentir o sol a recuar desenho-a, encadeado pela luz amarela
E já está! Estou perdido, é certo e já sabido perdido onde já nada há. O que custa não é evitar, é o regresso. E tudo o que peço, é um dia voltar a acreditar.
Resta agora regressar O dia já está a acabar e com isto adoeço, enquanto entardeço já farto de recordar. E sem querer já nos aposentos, relaxo a memória deixo-me de fingimentos procuro a velha glória e começo a ceder. À tarde já chovia, e eu irei chover ao terminar o dia é quase o “tem de ser”. É como que inevitavél, mesmo sem arrependimento, este sentimento imutável em intenso desabamento. Já não há expectativas possiveis Nem vontade, nem ambição Já não há forças imbativeis que existiam neste coração Ficaram as memórias para dar algum valor para já são as divisórias deste momento aterrador.
Anoiteceu sem eu ver, agora é adormecer subsistir,sobreviver e ver um novo dia nascer.
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