
Frenesim
Data 23/01/2014 04:19:02 | Tópico: Poemas
| caneta selvagem percorre a folha virgem num incontrolável movimento num espasmo impulsivo num espaço incoerente
inspiração solta e desobediente foge desesperada ao pragmatismo dogmático da matriz
escravo da liberdade quebra correntes sem respeito por mestres regras e métricas
teorema da mágoa geometria de uma alma assimétrica
viagem sem ponto de partida
nunca pára nunca pára nunca pára
luta sem tréguas em busca do fracasso entre o raciocínio sentimental e a loucura razoável
paz inexistente procura no fundo a harmonia da forma
febre de imagens imperceptíveis e fugazes
fome insaciável de metáforas improváveis
escroto escrito
ninfomania do coito lírico queimando no gelo de um inferno idílico
pesadelo agradável acorda no susto de um sonho
rosto de um sofrimento risonho banhado na água seca de lágrimas alegres
verdade mentirosa ouvindo a mentira da verdade
numa só palavra
POESIA
poeta que queres tu deixar escrita a tua marca no mármore do tempo ou ires a tempo de ouvir os aplausos do público
nesse mundo pálido não há lugar para ti coração inválido atrofiado estropiado e partido
incompreensão sepulcro esquecimento túmulo
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