
Sossego para o Siriipe – Lizaldo Vieira
Data 20/01/2014 00:13:23 | Tópico: Poemas
| Sossego para o Siriipe – Lizaldo Vieira Sossego para o Siriipe – Lizaldo Vieira Rolezinhos Calma Não bulam com meu rio Tão calmo Acanhado Pueril Se depender de mim Lutarei pelo defaso do uça Das tainhas Sereias e Aratu Nosso rio cacique Não será mais um morto Sem direito a desembocadura no tenebroso Riscado do mapa Brasil Ele é valente Cabra macho Feito sua gente Muitas vezes pequeno Tranquilo Sereno Meu rio também tem alma Vida em esmero Comigo fala Um rio também precisa de calma Pra sonhar com águas limpas Claras Em abundância É necessário Ter alma e coração de rio Boca do rio Para cantar e se encantar Com as sereias Botos Em irmandade Guerra sadia De andorinhas e garças Em piruetas Rio Sergipe Meu pantanal e amazonas Sejam aqui Cantos de histórias de pescadores Caranguejos Aratu e siris Moram aqui Que nunca mais ousem Maltratá-lo Apartá-lo Polui-lo Destrui-lo Impedir suas correntes De serem livres Vivas Porquanto Pedras sobre pedra Uma há de dar na cabeça Do infeliz Proprietário de nada Nem das águas Tampouco das margens Das nascentes Ou da foz Rio de Zé Peixe Quer simplesmente andar vivo Sem pedir passagem Pra remar e navegar A partir da nascente Jusante Pra ser largo Profundo Viajante do mundo Porto seguro Do povo moreno Que aqui aportou Serigi Japaratuba Xokó Caxagó Caxagó Pacatuba E quando tudo lhe parecer Sem jeito Olhe como ele fala com você No ventinho vindo lá dos fins O azulzinho espelho Pra lua se embelezar E orgulhar-se Do beijo caliente Com gostos e sabores Da rua da frente
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