
CANTIGA PROSADA II
Data 04/01/2014 03:16:20 | Tópico: Poemas
| (Jádison Coelho)
"Olhe cá, menino, olhe! Olha cá o que preciso te confraternizar".
Assim vóinha me chamava para pentear os meu cabelo. E eu, que era apenas um pentelho e mal sabia andar, Já escutava vóinha contar sobre o menino Deus... Sobre a ceia...As cantiga do Império do Divino... O Natal das tradição da nossa gente... Que saía de porta em porta cantando em romaria... Para conseguir um quê de beber... . Um cadinho de comer...Um quê de vestir... Para nossa gente se proteger da seca dos muito... Da fome do pouco que ainda nos foi restado... E do frio do Deserto personificado.
"Olhe cá, menino, olhe! Olha cá, que preciso te alumiar as memória".
E só para me ter preso entre tuas perna E terminar de desaraminhar com um pente fino O meu cabelo araminhado, E terminar de com os dois polegar esmagar os piolho Que eu ajuntava de mês a mês na cabeça, Dizia jeitosa vóinha: -Daqui onze luas, moleque, Isso aqui vai ferviar c’uma renca de gente. Há de ter fuguete, as cumida, as dança e mais fé. Daqui onze dias, Passarinho, Nessa terra ele vorta a pisar os pé. É Fulia de Reis e assunte só os pandeiro, As frauta, os viulino e pé-de-bode. Assunte! A procissão natalina puraqui passará!
E despois fazíamos sempre o sinal da cruz. Naquela pouca idade, eu nem sabia o motivo do sinal. Apois, mas o fazia e calava a fome de ceia Com um Amém próximo do bom dia! In: [CANTIGA PROSADA II, Sob os sinos do Natal, Literacidade: Belém do Pará]
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