
Paletó de linho branco
Data 09/12/2013 17:44:41 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
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Era como se eu, ali nem estivesse presente! Porém sentia, que a cabeça estava solenemente ausente.
O ruído era tal, que confesso: nem sei como conversavam tantas pessoas espalhadas no amplo salão decorado.
Um garçom suado apressou-se em oferecer algo! Queria apenas água com gás, mas só tinha café, cerveja, refrigerante e espumante
Me dirigi até a sacada e pude divisar ao longe o verde vale, e preguiçoso um sol que adormecia. Foi então, que resolvi apreciar a paisagem, e sentar-me em um velho banco de tábuas de madeira de lei rústica.
Lá fiquei, distraído acabei por tirar inevitável soneca e não foi da cerveja talvez um sono remido.
E quando me dei conta me chamavam, pois era chegada a hora De cantar os parabéns.
Me dirigi novamente para o barulhento salão - Algo contrariado - e descobri Porque havia sido convidado.
Alguém se lembrara do quanto eu detestava datas de aniversário, A festa era para mim.
Acreditem, depois de tudo, Queriam que eu apagasse aquelas dezenas de velas como se fosse longa novena.
Ao sair, após providencial carona, Ainda digerindo pirose no caminho, Efeito dos petiscos além da conta e pior, sem os meus velhos sais.
Fui então, refletindo o quanto estes fortuitos encontros são gratificantes e saudáveis para o espírito humano.
Ao chegar a meu destino, Me despedi dos amigos, Tirei o paletó de linho branco e deixei sob a lápide.
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 9-dez-13.
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