
Sossego para o siriipe - Lizaldo Vieira
Data 25/11/2013 00:00:50 | Tópico: Poemas
| Sossego para o Siriipe – Lizaldo Vieira Não bulam com meu rio Tão calmo Acanhado Pueril Se depender de mim Não será mais um Riscado do mapa Brasil Meu rio também tem alma Vida em esmero Comigo fala Um rio também precisa de calma Pra sonhar com águas limpas Claras Em abundância É necessário Ter alma e coração de rio Boca do rio Para cantar e se encantar Com as sereias Botos Em irmandade Guerra sadia De andorinhas e garças Em piruetas Rio Sergipe Meu pantanal e amazonas Sejam aqui Cantos de histórias de pescadores Caranguejos Aratu e siris Moram aqui Que nunca mais ousem Maltratá-lo Apartá-lo Polui-lo Destrui-lo Impedir suas correntes De serem livres Vivas Porquanto Pedras sobre pedra Uma há de dar na cabeça Do infeliz Proprietário de nada Nem das águas Tampouco das margens Das nascentes Ou da foz Rio de Zé Peixe Quer simplesmente andar vivo Sem pedir passagem Pra remar e navegar A partir da nascente Jusante Pra ser largo Profundo Viajante do mundo Porto seguro Do povo moreno Que aqui aportou Serigi Japaratuba Xokó Caxagó Caxagó Pacatuba E quando tudo lhe parecer Sem jeito Olhe como ele fala com você No ventinho vindo lá dos fins O azulzinho espelho Pra lua se embelezar E orgulhar-se Do beijo caliente Com gostos e sabores Da rua da frente
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